As cooperativas agrícolas alimentam o mundo


Publicado há 11 anos, 6 meses


por Sara Brito (Centro Sabiá)
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foto: FAO/Oliver Djibril Sy
A Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) decidiu chamar a atenção para um dos mais importantes tipos de cooperativas no dia 16 de outubro de 2012, que é comemorado o Dia Mundial da Alimentação: as cooperativas agrícolas. Das sete bilhões de bocas que povoam o mundo, 800 milhões não têm acesso a uma alimentação saudável, de qualidade, em quantidade suficiente e de modo permanente. A maioria das pessoas que encaram uma situação de insegurança alimentar vive em áreas rurais onde a agricultura é a principal atividade econômica. O trigésimo primeiro Dia Mundial da Alimentação quer destacar o papel que as cooperativas têm no mundo moderno e a contribuição das cooperativas agrícolas para o esforço global de erradicar a fome, por isso tem como tema deste ano Cooperativas Agrícolas Alimentam o Mundo.
Tendo como objetivo a satisfação das necessidades dos membros enquanto busca a renda e a sustentabilidade, as cooperativas têm sido chamadas de “modelo de negócio com uma consciência social”. Os produtores que agem conjuntamente em cooperativas têm muito mais oportunidades de desenvolver suas práticas de trabalho e de aumentar seu conhecimento e informação sobre aquilo que fazem e também sobre o mundo. Foi o que perceberam os agricultores e agricultoras da Associação de Desenvolvimento Rural Sustentável da Serra da Baixa Verde (Adessu) quando criaram, em 2011, a Cooperativa de Produção e Comercialização da Agricultura Familiar Agroecológica (Coopcafa). Os 38 agricultores que formam a cooperativa produzem na agroindústria da Adessu açúcar, mel de engenho, rapadura, açúcar mascavo e polpa de frutas. Fazendo parte da cooperativa, os agricultores e agricultoras podem comercializar sua produção de forma mais eficaz e organizada. “É bem importante estar inserido na cooperativa porque nós podemos vender os produtos mais facilmente. Aumenta a comercialização e a renda e os produtos não se perdem,” explica Poliana Rodrigues, agricultora e secretária da Coopcafa. 
Também o governo começa a perceber a importância de se olhar para cooperativas agrícolas e agroecológicas na luta para uma alimentação de qualidade para a população. Começa hoje, dia 04, a consulta com a sociedade civil sobre o Plano Estadual de Segurança Alimentar e Nutricional, que apresenta a situação da segurança alimentar no estado de Pernambuco e dispõe metas e iniciativas que precisam ser tomadas para a efetivação do plano. “As maiores diretrizes e as que a gente quer focar mais na consulta pública são as que envolvem a produção de alimentos, inclusive a importância dos alimentos agroecológicos,” afirma Sônia Lucena, nutricionista, consultora do Plano e integrante do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea). A população pode consultar e fazer contribuições na Minuta do Plano no site da Secretaria de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos até o dia 24 deste mês.
No começo da história todos se juntavam para matar a fome: os homens e mulheres caçavam e coletavam alimentos juntos. Depois surgiu a agricultura, e tempos mais tarde a indústria. Nas cidades inchadas não havia mais lugar para plantações e as lavouras foram sendo empurradas para longe dos centros. Dez mil anos depois do surgimento da agricultura, ela se torna personagem principal no debate. A solução para a fome se torna novamente a união de forças. As cooperativas agrícolas são um importante instrumento no combate à pobreza e à fome e a campanha da FAO convida todos os países e governos a fortalecer essas organizações e facilitar sua expansão, criando um ambiente comercial, legal, político e social favorável para que elas possam se desenvolver.
Confira no site da FAO a galeria de imagens com cooperativas de diversas partes do mundo, com informações em inglês e espanhol.

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