Cresce o número de feiras agroecológicas


Publicado há 12 anos, 7 meses


A ideia é fazer chegar aos consumidores a produção da agricultura familiar eliminando os atravessadores.

Em Turmalina, no Alto Jequitinhona, nordeste de Minas, acontece às terças-feiras e aos sábados, uma das mais expressivas feiras agroecológicas do semiárido brasileiro.

A Feira de Turmalina é organizada pelo Centro de Agricultura Alternativa Vicente Nica (CAV), que é uma organização não-governamental (ONG) criada em 1994 por agricultores familiares do município de Turmalina, no Vale do Jequitinhonha. Tem o objetivo de superar o alto índice de migração, devido à acentuada degradação das terras pelo uso de técnicas inadequadas e insustentáveis, aliada à falta de políticas públicas voltadas à agricultura familiar, como infraestrutura de produção, beneficiamento e escoamento para a comercialização, assistência técnica e crédito.

Pesquisa
O coordenador do CAV, Valmir Soares de Macedo, explica que, a partir de uma pesquisa realizada pela Universidade Federal de Lavras, entre 2001 e 2002, constatou-se potencial bastante grande na região para produtos agroecológicos. Ou seja, "se aqui havia bastante produção, também havia um mercado produtor para ser abastecido. A partir daí a gente também entendeu que, além das potencialidades, tinha muitas dificuldades, desde assistência técnica até agregação de valor ao produto e comercialização.

Daí o CAV iniciou o trabalho de assessorar esses agricultores por meio de demanda deles mesmos e por meio do que foi apurado na pesquisa. Com o trabalho de assistência técnica, fundou-se uma associação no sentindo de melhor organizar os agricultores e captar recursos para algumas benfeitorias.


João Batista Afonso, 59 anos, levanta à seis horas em dias normais e às quatro em dia de feira, quando tem que se deslocar 11 quilômetros da comunidade de Lagoa até a sede de Turmalina.

Para ele, o CAV dinamizou o setor de compra de insumos, as vendas e trouxe tecnologias novas. Com isso, a renda tem melhorado. "Aprendi a conservar o solo".


Maria Lourivanda Macedo Rocha, 49 anos, que mora em Morro Redondo, a nove quilômetros de Turmalina, garante que "melhoraram as práticas de cultivo e também a forma de comercializar".

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