Surge uma escola diferente no semiárido mineiro: a Escola de Comunicadores Populares


Publicado há 11 anos



Participantes trocam experiências durante 1º módulo da escola. | Foto: Arquivo CAA/NM
“Comunicar já!”. Esse é o lema que tem envolvido diversos movimentos sociais e organizações populares do Norte de Minas e do Vale do Jequitinhonha que estão fazendo parte da Escola de Comunicação Popular do Semiárido Mineiro – Vida e Vozes dos Povos do Sertão. O projeto é uma iniciativa da Articulação Semiárido Mineiro (ASA Minas), por meio da Rede de Comunicadores Populares do Semiárido Mineiro, com o apoio da Fundação Luterana Diaconia – FDL. 
“Sempre acreditamos que para fortalecer os processos de formação e mobilização para a convivência com o Semiárido, a comunicação teria um papel fundamental. Por isso, ela sempre esteve presente na nossa estratégia de rede, seja através de produtos, seja através de processos de formação”, relata a coordenação executiva da ASA Minas, Leninha Souza.
A escola visa promover um espaço de formação e troca de experiências para fortalecer as comunidades tradicionais, as famílias agricultoras e as organizações sociais, utilizando como ferramenta as estratégias de comunicação popular. Os conteúdos serão abordados em cinco módulos itinerantes, que ocorrerão de forma alternada nas regiões do Norte de Minas e Vale do Jequitinhonha, sempre mesclando um tema técnico com uma reflexão política, iluminada pelo contexto e experiência local. 
"A expectativa é que a voz das famílias camponesas, das comunidades tradicionais, dos movimentos sociais,  seja ouvida. Precisamos divulgar o que acontece de bom, as potencialidades, as conquistas de nosso povo e ao mesmo tempo denunciar as situações de opressões e os impactos dos grandes projetos na vida do povo e do meio ambiente. Mas, para isso, acreditamos que é preciso dar voz ao povo. É preciso que eles se empoderem dos meios de comunicação alternativos e ao mesmo tempo, tenham uma leitura crítica para lutar pela democratização dos meios de comunicação de massa”, afirma a comunicadora popular Helen Borborema, que também está na organização da escola.
O primeiro módulo da escola aconteceu nos dias 22 e 23 de fevereiro, em Montes Claros, e reuniu cerca de 20 comunicadores do Vale do Jequitinhonha e Norte de Minas. Na ocasião, o Semiárido mineiro foi debatido enquanto um território de disputa de modelos econômicos. Os participantes também fizeram uma reflexão sobre a contribuição da comunicação popular para o protagonismo dos povos e comunidades da região.
Além disso, o evento trabalhou técnicas de redação de matérias e a utilização das redes sociais para mobilização popular. Os participantes também visitaram o lançamento da exposição fotográfica “Vidas Áridas”, que retratou cenas da seca de 2012, considerada a pior dos últimos 40 anos, o que contribuiu para aprofundar o debate quanto ao olhar da grande mídia sobre a região.
A Rede de Comunicadores Populares do Semiárido Mineiro é um coletivo da ASA Minas que debate a comunicação como um direito humano e como uma estratégia de formação e mobilização social para a construção de um Semiárido mais justo e com melhor qualidade de vida para as famílias sertanejas.
Os próximo módulos abordarão os temas: rádio (Jequitinhonha ), vídeos populares (Terra Indígena Xakriabá), Fotografia (Araçuaí) e Novo Ativismo e mobilização social (Porteirinha).

* Integrantes da Rede de Comunicadores Populares do Semiárido Mineiro

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