Turmalina sedia Encontro de Comunicadores


Publicado há 13 anos, 9 meses

Fabiana Pinheiro, comunicadora do CAV

Os comunicadores populares da região de Turmalina, Alto Vale do Jequitinhonha, encontraram-se no dia 22 de junho no Centro de Agricultura Alternativa Vicente Nica (CAV). O objetivo do evento foi realizar um diagnóstico da realidade da comunicação na região, os principais desafios vivenciados pelas organizações populares e traçar de forma conjunta a comunicação que se quer e propostas de como alcançá-la.

Fizeram-se presentes no evento além do CAV, a APLAMT (Associação de Promoção ao Lavrador e Assistência ao Menor de Turmalina) conveniada com o Fundo Cristão para Crianças, o Sindicato dos Trabalhadores (as) Rurais de Veredinha, o Grupo de Jovens Unidos Nós Estaremos (UNE) também de Turmalina, representante de Rádio Comunitária, além da comunicadora Popular da ASA Minas Gerais, Tânia Pulier, que trabalha na Cáritas Diocesana de Araçuaí.

Esse foi o segundo encontro de comunicadores locais no Vale do Jequitinhonha. O primeiro foi realizado em Ponto dos Volantes, em maio. Os encontros locais são iniciativas apoiadas pela ASA (Articulação no Semiárido), e tem como objetivo gerar uma aproximação entre as comunicadoras de atuação regional pela rede e os comunicadores locais, de modo a facilitar o entrelaçamento das ações.

Avanços, desafios e planos

A discussão do encontro em Turmalina foi introduzida com um vídeo sobre uma experiência de comunicadores em Pernambuco, que lutam pelo direito dos cidadãos serem também produtores de comunicação e não só consumidores da grande mídia.

Em seguida, todos os participantes relataram sobre quais as formas que são utilizadas por eles para produzir comunicação nas organizações e comunidades. As rádios comunitárias foram apontadas como um mecanismo de destaque na comunicação popular, pois abrangem diversos públicos e potencializam a produção da comunicação. Foram citados também, entre outros, os meios eletrônicos, fotografias, materiais impressos, promoção de encontros, e o tradicional “boca-a-boca”, que é muito comum na região.

As dificuldades e desafios também foram levantados, dentre muitos, o fechamento das rádios comunitárias e a burocracia na legalização das mesmas. A falta de pessoas liberadas para trabalhar comunicação nas organizações, também foi colocada como um desafio, além da falta de recursos e de formação das entidades para a produção de materiais comunicativos.

Mas muitos avanços foram relatados, alguns deles são o acesso mais facilitado à internet e ao celular, que tem propiciado maior interação entre as pessoas, além dos próprios programas desenvolvidos pela ASA, que têm levado informação até as bases.

Após um rico diagnóstico em torno dos temas abordados, foram tirados encaminhamentos, sendo um deles a realização de uma oficina sobre produção de textos e projetos editoriais pré-agendada para agosto, demanda esta apresentada por todas as organizações presentes. Despertou-se ainda entre os participantes a necessidade de se prever recursos financeiros e humanos para materiais divulgativos em todos os projetos que apresentarem na busca de financiamento. Buscar de forma coletiva reivindicações para que ganhe força a luta pela concessão das rádios comunitárias também foi um encaminhamento tirado, além de se continuar buscando o fortalecimento da comunicação entre as próprias organizações e comunidades através dos recursos existentes.

Todos os presentes avaliaram positivamente a intensa manhã de debate e planejamento, ressaltando que tais momentos devem ser continuados.

Os encontros locais vão acontecer também em outros municípios do Vale. Eles são subsídios não apenas para que se fortaleça localmente a comunicação, mas também para que a ASA construa um diagnóstico de base, que servirá ao traçado conjunto de estratégias de melhoria na comunicação popular e consequentemente fortalecimento das comunidades e organizações no Semiárido mineiro.

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