Água é uma Benção


Publicado há 12 anos, 6 meses


Agricultores e técnicos avaliam o P1+2 no Vale do Jequitinhonha

Com o intuito de avaliar e propor melhorias para o Programa Uma Terra e Duas Águas – o P1+2, da Articulação do Semiárido, agricultores de 6 municípios que já foram ou estão sendo atendidos pelo programa, pedreiros e técnicos se reunirão na Diocese de Araçuaí durante os dias 05 e 06 de setembro.

Numa dinâmica inicial, os participantes ajudaram a construir simbolicamente o imblema do P1+2 relembrando suas funções nessa construção.

Durante uma apresentação fotográfica, todos relembraram o processo desde a mobilização até a comercialização dos seus produtos, lembrando a importância do mutirão que aconteceu em diversas comunidades por onde o programa passou, fortalecendo laços de solidariedade entre os moradores.

O próximo passo dessa avaliação foi uma visita de intercâmbio a casa de Dona Lindaura Barreto e Seu Edivaldo Barreto, o Seu Nem, na comunidade Vargem João Alves em Araçuaí. Diante da seca que está assolando a comunidade a família relembrou os tempos quando não tinham água e andavam por 2 horas para tomar banho e apanhar um pouco de água barrenta da lagoa, todos os dias. “A gente ia tomar banho e quando voltava já tava precisando tomar de novo” Relembra Dona Lindaura.

Em contraste com a paisagem seca, a propriedade está repleta de frutos. São bananas, mamões, abacaxis, entre outros frutos do esforço da comunidade pelo acesso á água. Quando chegou o projeto se juntou todo mundo pra construir as cisternas. “Teve dia de tardinha que eu contei 16 pessoas ajudando e a maioria era mulher, porque os homens estavam para as usinas” Contou ainda Dona Lindaura, aos visitantes emocionados.

A visita contribui para alguns dos participantes, como a agricultora Betânia, da comunidade Bugre, município de Virgem da Lapa, que estão recebendo primeira chuva na cisterna observarem alguns cuidados que devem ter com a mesma e de como aproveitar o espaço do quintal. “Eu achei muito interessante eles usarem a tela para cercar o calçadão e como estão dividindo a plantação que tem raiz menor mais próxima do calçadão e as maiores pelo lado de fora. Isso mostra o zelo pelo bem que eles receberam. Vou fazer igual na minha casa” disse Betânia.

No momento avaliativo, as famílias partilharam a gratidão pelo acesso á água, mas perceberam com auxílio dos animadores que esta não é uma conquista de instituições, mas deles próprios, uma vez que foi fruto de sua mobilização e os próximos frutos vão depender do cuidado e do uso da tecnologia.

Avaliaram também que, assim como a água de qualidade, a organização social promovida pela chegada dos programas da ASA vai auxiliar na conquista de outras políticas públicas, como estradas e educação de qualidade, uma vez que faz as famílias despertarem para avaliar o que lhes falta e de quem é a responsabilidade disso, seja dos sindicatos de trabalhadores rurais, das demais entidades, das prefeituras ou delas próprias.

No Vale do Jequitinhonha foram construídas 340 cisternas de 52 mil litros, 14 barragens subterrâneas, tanques de pedra e 5 bombas d’água populares para incentivar a produção agrícola.Este mês estão sendo entregues mais 76 cisternas calçadão, 5 barragens e 5 tanques de pedra nos municípios de Itinga, Ponto dos Volantes e Berilo.

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