Por Fabiana Eugênio e Valmir Macedo
Centro de Agricultura Alternativa Vicente Nica
Turmalina – MG
A articulação no Semiárido Mineiro (ASA Minas) e Articulação Mineira de Agroecologia (AMA) deram um importante passo para o fortalecimento e integração das duas redes nos dias 20 e 21 de setembro de 2011. Nesta data foi criada a OSCIP Aroeira – Agroecologia e Convivência com o Semiárido.
Foram mais de um ano de análises, debates e construção entre as duas articulações para que esta OSCIP (Organização da Sociedade Civil de Interesse Público) fosse fundada. A idéia surgiu do interesse comum entre as duas articulações, que atuam no apoio ao desenvolvimento sustentável do campo, e que viram na criação de uma OSCIP um meio de fortalecer e aproximar as duas redes. Através desta estratégia serão desenvolvidas ações conjuntas relacionadas à agroecologia e convivência do semi-árido, além de funcionar como um instrumento que possa facilitar a captação e gestão de recursos.
O evento que consagrou a criação desta nova organização jurídica aconteceu em Belo Horizonte com a presença de 27 instituições das várias regiões do estado que integram as duas redes, dentre estas estavam Cáritas, Sindicatos de Trabalhadores Rurais, Associação Mineira das Escolas Famílias Agrícolas (AMEFA), e ONGs como o CAV. Além das exposições formais da ASA e da AMA, foram discutidos e aprovados a carta de princípios que irá nortear a OSCIP e também o estatuto social.
A eleição dos membros para compor a diretoria foi realizada de modo democrático, de forma que cada articulação indicou 4 organizações, e através da plenária foram eleitas dentre estas as instituições e os nomes dos representantes de cada cargo efetivo e suplente. Para a indicação dos possíveis diretores respeitaram-se critérios como o tempo de participação na rede assim como a efetividade e assiduidade em que se deu essa participação. Desta forma, a diretoria da OSCIP Aroeira - Agroecologia e convivência com o semiárido está sendo composta pela Cáritas Brasileira Regional Minas Gerais na diretora geral, o CTA/Viçosa na secretaria e a diretoria financeira com o CAA Norte de Minas. Completam a direção: o CAV, STR de Porteirinha, Visão Mundial, AMEFA e ITAVALE.
O conselho fiscal segundo as indicações e aprovação em assembléia tem a seguinte formação: Campo Vale, Rede de Intercâmbio e CAT como efetivos, ficando o STR Virgem da Lapa, STR Riacho dos Machados e Cooperativa Grande Sertão como suplentes.
O técnico do CAV e integrante da Coordenação Executiva da ASA no estado, Valdecir Lopes Viana, afirma: "Esta OSCIP é fruto da união do trabalho de organizações sérias e que têm história. Dessa forma vejo como uma grande ferramenta para fortalecer ações já existentes e influenciar nas políticas públicas estaduais”.
A escolha do nome AROEIRA - Agroecologia e Convivência com o Semiárido: A discussão da escolha de um nome para a OSCIP já havia sendo instigada há meses. Buscava-se uma nomenclatura significativa, que além de representar as redes e as várias regiões de atuação, fosse ao encontro dos objetivos maiores da nova organização. A sugestão de se utilizar do nome de uma árvore foi muito bem aceita, e após várias opiniões definiu-se AROEIRA, por ser uma árvore nativa e que simboliza força e resistência. Juntamente do nome da árvore, as principais bandeiras de cada articulação: agroecologia e convivência com o semiárido.
Um pouco sobre cada articulação - ASA Minas é uma rede formada por cerca de 170 entidades da sociedade civil, que luta pelo desenvolvimento social, econômico, político e cultural do semiárido mineiro nas regiões do Norte de Minas e do Vale do Jequitinhonha. Desde 1999 a ASA Minas trabalha na construção de processos participativos através de uma proposta de convivência com o semiárido. As organizações que formam a ASA Minas integram o Fórum de Convivência com o Semiárido do Vale do Jequitinhonha e Fórum de Desenvolvimento Sustentável do Norte de Minas. A ASA Minas faz parte da ASA Brasil, junto às articulações dos outros estados do semiárido mineiro.
Criada em setembro de 2003, a AMA é uma rede estadual de organizações de apoio e assessoria a ONG´s e organizações representativas de agricultores (as) familiares que atuam nas diferentes regiões do estado de Minas Gerais. Fazem parte da coordenação da AMA o CTA-ZM (Centro de Tecnologias Alternativas da Zona da Mata); CAT - Centro Agroecológico Tamanduá; CAA-NM – Centro de Agricultura Alternativa do Norte de Minas; Cooperativa Grande Sertão; CAV - Centro de Agricultura Alternativa Vicente Nica; CAMPO VALE – Centro de Assessoria aos Movimentos Populares do Vale do Jequitinhonha e ITAVALE – Instituto dos Trabalhadores do Vale do Jequitinhonha ; ARMICOPA – Associação Regional Mucuri de Cooperação dos Pequenos Agricultores; Cáritas Brasileira Regional Minas Gerais; CPT – Comissão Pastoral da Terra e REDE – Rede de Intercâmbio de Tecnologias Alternativas, AMEFA – Associação Mineira das Escolas Família Agrícola e GT Gênero Sudeste.