Cacique Xakriabá é alvo de emboscada no Norte de Minas Gerais
Publicado há 13 anos, 4 meses
Com informações do CIMI Leste/Equipe Xakriabá
O cacique Xakriabá, Santo Caetano Barbosa, foi alvo de uma emboscada nesta segunda-feira (1). O fato aconteceu por volta das 20h quando ele retornava para a aldeia Morro Vermelho. Segundo ele, dois carros bloquearam a estrada principal que dá acesso à aldeia.
O cacique conseguiu fugir do cerco com a ajuda de um carroceiro que deu cobertura à fuga. No início da noite, ele foi informado sobre movimentações estranhas na estrada que dá acesso ao Morro Vermelho.
O cacique é uma das principais lideranças dentro do processo de luta pela ampliação do território Xakriabá. As famílias lideradas por ele iniciaram os processos de retomada da terra, em 2006. Desde então, as ameaças vêm aumentando, sendo que várias denúncias já foram feitas.
O processo de demarcação está emperrado pela morosidade da Fundação Nacional dos índios (Funai). Recentemente, um grupo técnico esteve no território Xakriabá fazendo o levantamento fundiário para complementar o relatório de identificação e assim garantir a sua publicação.
Segundo o povo Xakriabá, neste período, fazendeiros peitaram o grupo responsável pelo levantamento fundiário fazendo ameaças aos índios e a Funai publicamente. Eles afirmam que existem provas suficientes nas quais fazendeiros ameaçam de morte os índios. Eles possuem terras dentro das áreas reivindicadas pelo povo Xakriabá.
O cacique Santo Caetano Barbosa denunciou o fato à Polícia Militar de São João das Missões, que informou que não poderia ir até o local por falta de transporte. Na terça-feira (2) ficou marcada uma ida do cacique e suas lideranças até a delegacia para registrar um boletim de ocorrência.
A situação de violência contra o povo Xakriabá vem aumentando desde o inicio das ações de retomada da terra. As ameaças são constantes e com a chegada do grupo técnico da Funai para fazer o levantamento fundiário os conflitos se intensificaram.
Tal situação já foi alvo de realização de audiências públicas coordenadas pela Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas Gerais e da Comissão de Segurança Pública.