Por Diêgo Alves e Giovana Prates - Comunicadores Cáritas Diocesana de Araçuaí/ASA
O Vale do Jequitinhonha esteve em festa, pois recebeu nos dias 21,22 e 23 de novembro a Caravana Agroecológica e Cultural, uma iniciativa conjunta do Comboio Agroecológico do Sudeste que reúne todos o Núcleos de Agroecologia ligados às universidades ou institutos federais da região sudeste do país em conjunto com a Articulação Mineira de Agroecologia -AMA .
Sociedade, Igreja, agricultores/as e instituições do Vale ligadas ao trabalho social e agroecológico, como a Cáritas Diocesana de Araçuaí, Visão Mundial, Pastoral do Migrante, dentre outras se prepararam e organizaram para receber mais de duzentas pessoas vindas do Espírito Santo, Rio de Janeiro e São Paulo. Até chegar em Araçuaí a Caravana passou por esses estados conhecendo muitas experiências camponesas de agricultura familiar, todas ligadas à Agroecologia.
A Caravana se articula num processo de três dimensões: a primeira, de compartilhar experiência entre agricultores, pesquisadores, técnicos, professores e estudantes, valorizando as manifestações culturais locais; a segund |
Chegança com alegria e muita música |
a, de refletir sobre as questões territoriais que atingem a agricultura familiar camponesa como as disputas territoriais, monoculturas, grandes latifúndios e mineração e outras ameaças que a agroecologia sofre,mas também sobre os avanços que ela tem conquistado. Por fim, a terceira dimensão que é de promover um diálogo geral com a comunidade de forma que a discussão não fique voltada só para o campo. Nessa dimensão, a Caravana lança a pergunta “por que interessa a sociedade apoiar à Agroecologia? |
Professor Paraná dando boas-vindas à Caravana |
O professor da Universidade Federal dos Vales Do Jequitinhonha e Mucuri, (UFVJM) e um dos organizadores da Caravana, Claudenir Fávero, mais conhecido como Paraná, conta que por onde a Caravana passou, ela proporcionou momentos de diálogos entre sociedade e poder público. A culminância da Caravana foi um ato público que se deu no mercado municipal de Araçuaí. Sobre a importância da Caravana, Paraná diz “é impossível mesurar o acúmulo de saberes e conhecimentos que ela promove além de buscar a reflexão pelas organizações sobre as ameaças à agricultura familiar. A luta contra agrotóxicos e transgênicos é uma pauta que permeia toda a Caravana.”
Sara Abreu, estudante da Escola Família Agrícola de Castelo no Espírito Santo fala sobre a sua participação na Caravana “sou filha de assentados e conhecer outros agricultores que fazem uso sustentável dos recursos da natureza, mesmo que de uma forma diferente da minha a família foi muito rico e prazeroso.”
Debates públicos, instalações pedagógicas, apresentações artísticas e culturais permearam a Caravana que teve uma participação juvenil diversa e igualitária entre agricultores e acadêmicos, respeitando também a paridade de gênero.