Comunidades Tradicionais do Alto Rio Pardo planejam a reconquista do seu Território


Publicado há 14 anos, 10 meses


Júnior César Batista
Rede de Comunicadores ASA Minas
Região Alto Rio Pardo


Diversas lideranças de comunidades tradicionais dos municípios de Rio Pardo de Minas, Fruta de Leite e Novorizonte, os quais fazem parte da microrregião do Alto Rio Pardo, se reuniram para debater a luta pela terra na reconquista e regulamentação de seus territórios. A reunião aconteceu nos dias 23 e 24 de setembro último, na comunidade Vereda Funda, município de Rio Pardo de Minas.
A reunião faz parte de um conjunto de articulações de agentes da sociedade civil no Alto do Rio Pardo que luta pelo direito à terra e utilização do território tradicional. Participaram da reunião lideranças das comunidades Vereda Funda, Raiz, Riachão, Santana, Riachinho, Buracão, e Taquara, do município de Rio Pardo de Minas; as Comunidades Caixão, Lagoinha, Barra, Mumbuca e Caiçara, dos municípios de Novorizonte e Fruta de Leite. Além de representantes de diversas entidades, dentre elas, o Centro de Agricultura Alternativa do Norte de Minas – CAANM, Comissão Pastoral da Terra – CPT, Sindicatos dos Trabalhadores Rurais de Taiobeiras, Rio Pardo de Minas, Novorizonte e Fruta de Leite, além do Movimento Articulado dos Sindicatos dos Trabalhadores Rurais do Alto Rio Pardo, também conhecido como Mastro.
Esta articulação de entidades e lideranças busca construir uma proposta para a utilização das terras públicas do estado de Minas Gerais, além de planejar ações de fortalecimento e mobilização das famílias trabalhadoras rurais geraizeiras, todas encurraladas pela monocultura do eucalipto.
A pergunta que norteou o encontro foi: “Onde a sua comunidade tradicional se encontra?” Esta questão serviu para mostrar aos representantes das comunidades participantes a força que suas comunidades têm frente aos desafios que a luta pela terra e pelo território apresenta e os avanços já alcançados.
Até o momento, as famílias camponesas se mobilizam e aguardam a realização de uma Audiência Pública da Comissão Agropecuária da Assembléia Legislativa do Estado de Minas Gerais, prevista ainda para este ano.

Um pouco de história
Desde a década de 70, o governo do estado de Minas Gerais assinou contratos de arrendamento das terras das comunidades tradicionais para grandes empresas de monocultura de eucalipto. A partir de então, milhares de famílias agricultoras da região do Alto Rio Pardo passam por diversas dificuldades. As terras, além de abrigar as famílias geraizeiras, eram utilizadas através do extrativismo para a garantia da soberania alimentar e nutricional. Nestas terras também era realizada a celebração das manifestações culturais e, principalmente, a garantia da permanência dos jovens, homens e mulheres no campo. Outro agravante que dificulta a permanência das famílias na região é a grande devastação ambiental, que influiu diretamente na extinção das nascentes e mananciais hídricos.

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