DIÁLOGOS, DESAFIOS E POTENCIALIDADES: DIAGNÓSTICO RURAL PARTICIPATIVO É REALIZADO NAS COMUNIDADES DO TERRA PROMETIDA E PARAGUAI


Publicado há 10 anos, 2 meses

Por Geovane Rocha - Comunicador Popular da Cáritas Diocesana de Almenara, Jequitinhonha/MG
Comunidade Terra Prometida / Foto: Geovane Rocha

“Nós ficamos felizes por ter vocês da Cáritas aqui para nos ajudar a construir esta comunidade no qual nós acreditamos que será o assentamento modelo de Felisburgo e do Vale do Jequitinhonha”. Assim José Alves Pereira, morador a 7 anos do assentamento Terra Prometida, avaliou o encontro de diagnóstico e análise que a Cáritas realizou na comunidade, reunião que é parte do projeto Mutirões da Terra que tem o patrocínio da Petrobras através do Programa Petrobras de Desenvolvimento e Cidadania. Este encontro que teve por objetivo entender a realidade local através das ferramentas do DRP, Diagnóstico Rápido Participativo, foi realizado nos dias 17 e 18 de dezembro nas comunidades Paraguai e Terra Prometida, respectivamente, em Felisburgo/MG. Utilizando uma metodologia que permite a participação de toda comunidade através das técnicas que são propostas pelo DRP, a população presente conseguiu resgatar a memória comunitária e os principais desafios e potencialidades que fazem parte do seu dia-a-dia, trazendo então à tona elementos importantes para o planejamento das atividades para o próximo ano.


Comunidade Paraguai / Foto: Geovane Rocha
O Diagnóstico contou com a participação de 120 pessoas ao total nas comunidades, sendo 58 no Paraguai e 62 no Terra Prometida, onde os/as participantes puderam resgatar os principais acontecimentos da história da comunidade. Este levantamento de informações se deu a partir da construção da “Linha do Tempo”, metodologia que permite que os/as presentes relatem os principais fatos da comunidade. Para os problemas atuais mais latentes, as pessoas foram divididas em “Grupos de Discussão” separados em 3 subgrupos, um grupo com jovens abaixo de 30 anos e os outros 02 com os homens e mulheres do encontro. Também houve um momento para se debruçar nos problemas visualizados, através da “Árvore de Problemas”, onde se visualizou as causas dos problemas e as consequências que os mesmo causam. Nagila Matos Cunha, jovem moradora do Paraguai, afirma “o encontro deu muita oportunidade para nós jovens falarmos, e também para as mulheres e para os homens". Ela ainda conta que "isso é bom porque muitas vezes algumas pessoas não nos dão oportunidade para gente falar o que a gente pensa para melhorar a nossa comunidade e as outras também, porque o problema da nossa comunidade pode ser o problema da de várias. Foi uma oportunidade boa, eu gostei e espero que possa ter mais vezes".

Momento da "ciranda", comunidade Paraguai / Foto: Geovane Rocha
Uma estratégia que propiciou uma melhor participação das pessoas no DRP, principalmente das mulheres, foi o fato de ter ocorrido uma “Ciranda” para as crianças pequenas durante o encontro. Esta Ciranda conseguiu dar liberdade as mães e pais participarem tranquilamente do encontro enquanto seus filhos e filhas brincavam em um local diferente da reunião, sempre sobre o cuidado de pessoas que revezavam entre si para os cuidados com os/as pequenos/as. O preparo da comida também não foi preocupação para a comunidade enquanto ocorria o Diagnóstico. Como ocorre normalmente, as mulheres que cuidam da alimentação dos/as participantes e assim deixam de contribuir em espaços coletivos, como o DRP. Neste encontro o preparo da comida contou com a interação de cozinheiras das comunidades, dando liberdade então para as mulheres da localidade participarem da reunião.
Por fim deste encontro de diagnóstico, análise, conhecimentos e debates, Márcio Marques, morador do Paraguai e atual vereador da cidade de Felisburgo, avalia o espaço “parabenizando esta nova equipe da Cáritas, pois mesmo a organização estando muito tempo trabalhando aqui na comunidade, esta equipe também deixa a gente falar o que pensa. Nos deixam a vontade, todos puderam falar sem ser interrompido e não foram criticados ao colocarem suas opiniões. Parabéns a Cáritas pela atitude e pelo trabalho”.
Crianças brincando na "ciranda", comunidade Terra Prometida / Foto: Geovane Rocha

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