Estiveram reunidas em Porteirinha (MG), nos dias 29 e 30 de novembro, cerca de 20 pessoas do norte de Minas e Vale do Jequitinhonha para a realização do quinto e último módulo da Escola de Comunicadores do Semiárido Mineiro. O tema do encontro foi Ativismo e Comunicação em rede, reforçando o aprendizado dos módulos anteriores. No primeiro momento, os participantes trouxeram os momentos marcantes e as discussões dos módulos anteriores, enriquecendo o evento com o mural de Memórias. Após, Helen Santa Rosa, comunicadora popular do CAA (Centro de Agricultura Alternativa do Norte de Minas) expôs sobre o novo ativismo e como se constrói uma campanha. Os presentes puderam compreender um pouco mais sobre o assunto e colocar em prática em um trabalho de grupo.
“Neste novo ativismo, nesta nova estratégia de pensar a comunicação usa-se muito de organizar as manifestações a partir de campanhas. Campanhas já esta na vida da gente há muito tempo. Campanha pela democratização da mídia, contra a ALCA, contra o uso de agrotóxico, ficha limpa, redução da tarifa de energia, contra a criminalização dos movimentos sociais. Então qual é a campanha no contexto do ativismo? É uma serie de ações planejadas que devem catalisar na mudança desejada. Campanha não é marcha, panfleto, seminário, ocupação, relatório isolados. É tudo isso dentro de um proposito, assim o primeiro passo da campanha é: Objetivo, estratégia, tática e prazos”, nos explica a assessora do espaço Helen Santa Rosa.
No segundo dia, esteve em foco a rede de comunicadores. Os participantes fizeram uma análise da rede, pontuando as fortalezas e oportunidades e as fraquezas e ameaças. Embora existam desafios, nossas fortalezas e oportunidades se destacaram. Entre elas, a importância de comunicadores liberados para animar a rede; a Escola que nos deu meios para formação e fortalecimento da identidade de rede da comunicação na ASA Minas; a rede de comunicação envolvida no fortalecimento das lutas das organizações da sociedade civil do Semiárido que nos leva a ter reconhecimento de nossas ações dentro da rede ASA e por diversos parceiros.
Assim no final do modulo de comunicação os participantes avaliaram que a escola com sua abordagem técnico-politica, através de módulos itinerantes, conseguiu alcançar o objetivo de formar 14 comunicadores populares do Semiárido mineiro. Os membros então reafirmaram que mesmo com o fim dos módulos permanecerão em Rede na defesa dos povos e da vida no Semiárido através da comunicação deixando um indicativo de realizar um encontro Estadual da Rede de comunicadores/as populares no Semiárido mineiro para planejar as ações em Janeiro.
“Eu estou muito animada, me formo neste mês no segundo grau completo, e ano que vem pretendo ficar por conta da rádio, quero montar um grupo de teatro e telenovela assim como na experiência que conhecemos em Jequitinhonha, quero envolver a juventude da minha comunidade e conto com a Rede para ajudar”, nos conta animada Ednéia da comunidade de João Congo, município de Varzelândia, Norte de Minas Gerais.
Por Priscila Souza| comunicadora popular ASA Minas/ Cáritas Brasileira Regional Minas Gerais e Júnia Gonçalves| comunicadora popular ASA Minas/ CAV