ENCONTRO DAS PESCADORAS DO NORTE DE MINAS PROMOVE ARTICULAÇÃO POLÍTICA E SOCIAl


Publicado há 10 anos, 11 meses

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Participantes do primeiro encontro das Pescadoras Artesanais de MG

No rio e no mar, pescadoras na luta!
Nos açudes e barragens, pescando liberdade!
Hidro negócio, resistir!
Cerca nas águas, derrubar!
São Francisco Vivo: terra, água, rio e povo!

Eis o grito que ecoou diversas vezes durante o 1º Encontro das Mulheres Pescadoras no Norte de Minas realizado nos últimos dias 03 a 05 de maio, na comunidade da Barra do Guaicuí (município de Várzea da Palma/MG). O evento, promovido pelo Conselho Pastoral dos Pescadores ( CPP) e Movimento dos Pescadores e Pescadoras Artesanais do Brasil (MPP), contou com mais de 50 pescadoras vindas dos municípios de Manga, Matias Cardoso, Itacarambi, Pedras de Maria da Cruz, São Francisco, São Romão, Buritizeiro, Ibiaí, Barra do Guaicuí, Pirapora  e representante da Coordenação nacional do CPP (Olinda/PE), do movimento Graal no Brasil (Belo Horizonte/MG) e Articulação Nacional das Mulheres Pescadoras(Remanso/BA).
 Desde 2010, o diagnóstico da pesca artesanal, realizado pelas Irmãs da Divina Providência (IDP), que prestam serviço de apoio à implantação do CPP na região, apontou a invisibilidade das mulheres no mundo da pesca. Este dado revelou a necessidade de trabalhar com as pescadoras, ajudando-as a se auto-afirmarem publicamente e como conseqüência, nasceu a proposta do encontro.
 A atividade ocorreu no contexto das lutas do MPP que busca se solidificar em Minas Gerais e que está liderando, com o apoio do CPP, a campanha pela regularização do território das comunidades tradicionais pesqueiras no Brasil.
 As reflexões culminaram em um mutirão de coleta de assinaturas em prol da campanha do território pesqueiro. As participantes do encontro foram para as ruas da comunidade de Barra do Guaicuí recolheram assinaturas e em duas horas de trabalho conseguiram mais de 200 adesões. A ideia é obter as assinaturas de 1% do eleitorado brasileiro para que a proposta de lei de iniciativa popular seja apresentada ao Congresso Nacional.

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Pescadoras em mutirão coletando assinaturas da campanha do território
Tais discussões, também, foram dando vida ao grito do MPP, e ao grito da Articulação popular do rio São Francisco. Foram como clamores de esperança, indignação e de apropriação do assunto que foi suscitando uma energia nova no ser e nas lutas daquelas mulheres que pareciam descobrir outra dimensão em suas vidas de mulher, e, assim, se auto-afirmando, como cantaram na mística inicial: “Sou mulher, sou barranqueira, pescadora, vazanteira. Subo rio e desço rio, enfrentando o desafio de viver nestas barrancas, convivendo com o meu rio!” Ainda recitando: “... daqui partiremos de cabeças erguidas, em defesa da pesca artesanal e seguiremos fazendo a nossa história!”.
Ao final do encontro, as pescadoras, entre outras coisas, comemoraram: as assinaturas conseguidas para o projeto de lei; a decisão de si integrarem a Articulação Nacional das Pescadoras, sendo eleitas 03 delas para as representarem na coordenação nacional; o maior conhecimento sobre seus direitos previdenciários e trabalhistas; a sintonia que passaram a ter com o MPP, do qual poucas tinham informações concisas, uma vez que, em geral, são os esposos que participam.








Fonte:www.saofranciscovivo.com.br

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