FORÇA DA MULHER GUERREIRA NO SEMIÁRIDO


Publicado há 10 anos, 11 meses

Por Giovana Prates- Comunicadora Popular ASA
Cáritas Diocesana de Araçuaí

“Aqui é meu lugar”, é assim que Maria Ilza Ramalho moradora da comunidade de Mario Uzan município de Itinga relata sua historia de vida.
Maria Ilza em sua horta molhada com água da tecnologia do calcadão
Casada e chefe de família, Maria Ilza disse que sempre lidou com a terra, aprendeu com os pais a cuidar e a tirar da terra seu sustento, ela não se intimida com o trabalho duro, levanta as cinco da manhã pra cuidar do seu quintal, onde ela cultiva: hortaliças, feijão catador, mandioca, abobora, quiabo, laranjas, banana, coco da Bahia e muito mais.
Ela consegue realizar todo o trabalho sozinha, pois seu marido está em outro estado trabalhando na construção civil e costuma vir em casa  somente a cada três meses. Além de cuidar da casa, dos dois filhos: Alan com dez anos e Aline com quatro, ela ainda estuda a noite, ela diz que tudo isso é uma vitória pra ela, pois sabe que toda essa luta vale a pena.
Nunca tive preguiça de trabalhar, sempre lutei com a terra, uma vez meu pai inventou de furar um poço no leito do córrego que havia secado pra ver se conseguia uma água, um lugar muito duro, que saia ate fogo, ai ele deu num  pequeno lençol d’água, cerca de uns 10 metros eu fiquei tão feliz que tratei logo de fazer uma horta, com muita empolgação plantei alface, cebola, coentro e tudo que eu tinha direito, mas quando a horta estava no auge á água secou, meu coração cortou de ver os pés de alface secando e morrendo, as cebolinhas murchando e tudo se acabando, ai prometi a mim mesma que quando tivesse uma água ainda iria ter minha horta pra plantar o que eu quisesse. Hoje em dia é com muito orgulho que olho meu quintal e vejo que ele produzindo de tudo um pouco, cuido sozinha do quintal, mas não é por isso que vou parar muito pelo contrario vejo ali um pedaço de mim, meu marido quando está aqui cuida de outras coisa, nunca ocupei ele pra fazer nada pra mim, faço  porque  gosto muito de lidar com a terra, isso é minha vida até tentei me adaptar na cidade, mas não deu pra mim, olha que tentei! Nasci e criei aqui, aqui é meu lugar, o que for preciso pra me manter aqui eu vou fazer, não falta uma fruta ou uma verdura, para minha família, pros meus vizinhos e ate levo pra feira, com a venda compro coisas que aqui não produz. O que me dá mais orgulho é porque fui eu que plantei, eu que lidei, eu colhi.
A chegada do programa P1MC (Programa 1 Milhão de Cisternas) já tinha ajudado muito mais era a água só pra labutar no consumo da casa, e com a chegada do P1+2(Programa Uma Terra e Duas Águas) ajudou muito porque posso plantar sem medo, com a ajuda do programa consegui realizar meus sonhos, pois tenho água pra plantar o ano todo sem medo de que minha plantação vai morrer por falta d’água, assim afirma Maria Ilza.

Plantação de aboboras
Aboboras de Maria Ilza vão a feira agroecologia em Belo Horizonte.
É com muito orgulho que ela mostra a plantação de abobora no quintal, que será levada para uma feira Agroecológica em Belo Horizonte.
Todo ano cultivo muito, isso garante qualidade de vida pra mim e pra quem consome esses alimentos, pois estão levando pra mesa produtos cultivados de maneira saudável sem agrotóxicos, mas acrescentado muito amor e capricho, eu sou uma pessoa muito decidida, sei correr atrás do que eu quero, enquanto eu tiver vida e saúde eu não esmoreço não, olha como eu comecei, olha como eu estou hoje, a tendência é só melhorar. Finaliza Maria Ilza  com um belo sorriso.


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