Fotografia é tema da Oficina Regional de Comunicação Popular do Semiárido Brasileiro


Publicado há 10 anos, 8 meses


 

 
Kelly Cristina de Aquino – Comunicadora da ASA Minas/CAA/NM - Centro de Agricultura Alternativa do Norte de Minas, Montes Claros/MG
 
Nesta oficina, os comunicadores foram capacitados para o uso da fotografia na comunicação popular.
 A equipe da assessoria de comunicação da Articulação do Semiárido Brasileiro – ASACOM realizou no período de 01 a 03 de agosto a oficina regional de comunicação, na cidade de Feira de Santana/BA. Participaram  40 comunicadores populares dos estados da Paraíba, Bahia, Minas Gerais, Alagoas e Sergipe; sendo comunicadores dos movimentos sociais e sindicais que atuam no semiárido Brasileiro.
 Com o tema “A comunicação como um direito humano fundamental e a utilização da fotografia na documentação dos fazeres das populações do semiárido” a oficina foi assessorada pelo fotógrafo e documentarista João Roberto Ripper, internacionalmente conhecido por retratar fatos e temas históricos na linha dos direitos humanos. Na metodologia da oficina, ele  reforça que é possível contar a história de um povo, mesmo com todo o processo de violação de direitos.
 “Considero que saber usar a comunicação, e em especial a fotografia, a serviço dos direitos humanos é uma forma de dar visibilidade a valorização das pessoas que merecem ser tratadas com respeito e dignidade”, analisa o fotógrafo.  
Ao logo do curso, foram abordados conteúdos teóricos e práticos essenciais à formação do fotógrafo. Elementos como beleza e dignidade foram evidenciados no processo de construção e registro da imagem.  
Os participantes aprenderam a importância da quebra de estereótipos ao fotografar e os cuidados para não ferir a dignidade da pessoa. “A oficina possibilita uma troca de experiências e interação e teve como foco a fotografia na perspectiva humanista a partir do olhar com a convivência com o semiárido, registrar o olhar do outro, conversar com as famílias e conseguir contar uma história a partir da fotografia. Do mesmo jeito que trabalhamos o texto e os programas de rádio, a fotografia também é um instrumento da comunicação. Vejo esse momento como rico em conhecimento”, explica Gleiceani Nogueira, pela assessoria de comunicação da ASA.
 No segundo momento, o grupo dialogou sobre o papel da comunicação da ASA na convivência com o Semiárido. Nesta oportunidade, a equipe da Asacom esteve disponível para sanar dúvidas referentes às demandas dos projetos P1+2  e MDS.
 “ A oficina é importante porque é a primeira vez que temos a oportunidade de participar de um curso voltado para a fotografia. O que fica agora, é o meu novo olhar sobre a fotografia como a necessidade de saber respeitar a pessoa sem referir sua dignidade e observar se ela está sendo bem representada na foto” analisa a comunicadora  Aparecida Amado, do Centro de Assessoria aos trabalhadores rurais – Dom José Brandão de Castro – CDJBC de Aracaju/Sergipe.    
Visita de campo
A fim de conhecer uma experiência de convivência com o semiárido, os participantes da Oficina regional de comunicação visitaram a comunidade Canto no município de Serrinha/BA  há 14 quilômetros de Feira de Santana. A comunidade é conhecida por manter um banco de sementes crioulas desde 1992, e ter uma experiência forte no cultivo e conservação das sementes.  
“Quando chega o período de plantio temos as sementes para plantar e sabemos da importância que ela tem para o agricultor familiar. É daqui que tiramos nosso sustento e garantimos a soberania alimentar”, relata a presidente da associação dos pequenos agricultores e agricultoras familiares do município de Serrinha/BA, Tereza Rocha de Souza.  
A comunidade abriga cerca de 120 famílias na sua maioria composta por agricultores familiares. Maria Silvia de Jesus faz parte de uma dessas famílias, que há 2 anos adotou a prática do quintal produtivo diversificado. “Além do consumo das verduras serem saudáveis estamos comercializando e possibilitando uma melhor qualidade de vida”, diz.
Para a comunicadora popular da Cáritas de Rui Barbosa/BA da ASA, Dayane Oliveira Simas da Silva, a experiência de visitar a comunidade foi gratificante. “Ver e participar da visita é fundamental para o entendimento da prática da fotografia”, informa.

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