Intercambistas visitam plantio de café - item mais produzido na região
Durante os dias 18 e 19 de maio, 12 agricultores das cidades de Virgem da Lapa, Francisco Badaró, Itinga, Chapada do Norte e Araçuaí, no Vale do Jequitinhonha, participaram do Intercâmbio Interestadual na cidade de Mantenópolis – ES, afim de conhecer experiências de manejo da terra e organização comunitária.
O intercâmbio faz parte das atividades do P1+2 e se propõe a promover a troca de experiências e contemplação das diversas realidades e potencialidades da agricultura familiar.
Os visitantes puderam conhecer a associação de pequenos agricultores que organiza as demais associações e beneficia produtos locais, assim como propriedades rurais que promovem práticas agroecológicas e homeopáticas para o uso sustentável da terra.
Todos ficaram impressionados com a qualidade de vida e o rendimento das famílias agricultoras naquela região. Para Seu José Nilton de Oliveira, da comunidade Campo Grande, na cidade de Francisco Badaró, “foi uma experiência muito bonita, principalmente ver as plantações e o beneficiamento de café e a união das associações. Dá pra ver que eles são muito organizados e é isso que faz dar certo”.
Isso se deve ás boas condições da água e da terra da região, mas principalmente ao acompanhamento técnico e a organização das comunidades – possibilitando trocas de experiências, compras coletivas e maior força política na tomada das decisões.
Para que isso fosse possível, a comunidade se organizou em associações e o sindicato de pequenos agricultores e a igreja católica conseguiram tomar o poder público através da eleição do vice-presidente do sindicato dos trabalhadores rurais para a prefeitura da cidade.
A Agricultura Mineira no Caminho Certo
Os agricultores do semiárido mineiro puderam perceber também que estão no caminho certo para sustentabilidade através da agricultura familiar. Assim como as famílias capixabas, muitas famílias mineias já fazem o plantio consorciado – onde é utilizada uma mesma área para a plantação de 2 ou mais espécies de árvores frutíferas. Elas também já utilizam tratamentos homeopáticos contra pragas e tem recebido orientações para forragem da terra para evitar a erosão e o assoreamento dos rios. Seu José Nilton afirma confiante que "terra boa nós já temos, só faltava a água. Mas depois da caixa a fartura está chegando pra nós tambem."
Além disso, no Vale já se percebe o significativo crescimento da participação ativa das associações comunitárias e o impacto disso é o aumento da qualidade de vida nas comunidades e a maior valorização da terra e do meio ambiente.