O Banco de Sementes faz parte das estratégias regionais articuladas pelo CAA/NM em conjunto com uma série de entidades na busca da conservação da agrobiodiversidade na região. Na AEFA foi construído um espaço climatizado para armazenamento de sementes crioulas/tradicionais; laboratório para o monitoramento da qualidade das sementes e uma estrutura para realização de cursos, oficinas e capacitações. A intenção é que o local seja transformado em uma área de formação em manejo da agrobiodiversidade. Altair Toledo Machado, pesquisador da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), confirma a informação de que a estrutura física do local é a maior da América Latina.
O objetivo destas estruturas é irradiar as experiências relacionadas à Agrobiodiversidade e articular o processo com os bancos de sementes localizados nas comunidades. Estão envolvidos nesse processo 11 bancos de sementes comunitários nos quais o banco da AEFA irá conectar-se. As sementes, nas condições oferecidas pela estrutura, poderão ser armazenadas por um período de cinco a dez anos. Os produtos estarão climatizadas em uma temperatura de 17ºC e umidade relativa do ar em torno de 33%, afirma o agrônomo Nilton Fábio Alves Lopes, articulador do Banco.
“O Banco possui duas funções: uma delas é o armazenamento diversificado de sementes em quantidade para que possam, quando necessário, ser utilizadas pelos agricultores. A segunda é o armazenamento de materiais que estejam ameaçados de perder suas características genéticas. Em suma, sendo ameaçados pela substituição de sementes vindas de fora, ditas modernas”, esclarece Natália Almeida, pesquisadora do CAA/NM.
O processo de gestão e funcionamento está em fase de construção coletiva com os diversos sujeitos da região: agricultores(as), povos e comunidades tradicionais, pesquisadores, universidades, centros de pesquisas, sindicatos de trabalhadores rurais, Cáritas Diocesanas, dentre outros.
O processo de coleta de sementes terá inicio neste mês com a participação de técnicos, agricultores e agricultoras. “Nesse momento será realizada a identificação da biodiversidade funcional manejada pelas comunidades no intuito de diagnosticar e definir quais as espécies serão armazenadas, a partir de uma análise critica levando em consideração o risco de erosão genética e a importância das espécies para as comunidades” -, finaliza Lopes.