Cerca de 450 mulheres indígenas dos povos Xakriabá, Tupinambá, Pataxó, Pataxó hã, hã, hãe, Tupiniquim, Pataxó de Minas, Aranã, Maxakali, Tuxá e Pankararú dos estados da Bahia, Espirito Santo e de Minas Gerais participam do III Encontro de Mulheres Indígenas do Leste. O evento acontece entre os dias 22 e 25 de setembro na aldeia Barreiro Preto, Território Xakriabá, no município de São João das Missões. A coordenação do encontro está a cargo da Comissão de Organização de Mulheres Indígenas do Leste – COMIL e Povo Xakriabá. Além das mulheres indígenas, participam do encontro quilombolas, pescadoras, vazanteiras, trabalhadoras rurais, grupo de mulheres do cerrado e movimento de mulheres da cidade.
O objetivo do evento é intensificar o processo de formação política das mulheres indígenas, na luta pela terra, na busca de alternativas econômicas e sustentáveis; fortalecer a alianças entre mulheres indígenas e outros povos tradicionais, a fim de potencializar o protagonismo das mulheres, na construção de um “Bem viver” para todos os povos.
Célia Xakriabá, jovem indígena da equipe de coordenação geral, afirma que a vontade de mudança tem sido um importante estímulo para as mulheres indígenas. Elas têm ocupado espaços importantes, mas ainda é um grande desafio fortalecer o movimento das mulheres como um todo. “ Acreditamos que o III Encontro de Mulheres Indígenas será mais um elemento na busca e garantia dos direitos e de unificação das lutas de todas as mulheres, indígenas, quilombolas, pescadoras , vazanteiras e trabalhadoras rurais, além de ocupar de forma definitiva espaço nos fóruns de decisões no movimento indígena e das políticas públicas brasileiras”, afirma.
Segundo Nilton Santos Seixas, da coordenação do CIMI, no regional Leste, mais precisamente no Norte de Minas, Espírito Santo e Sul da Bahia, as organizações de mulheres indígenas começam a tomar força a partir de 1995 com a saída das mulheres do espaço interno das aldeias, para intercâmbios de experiências e convivências com outros povos e outros movimentos de mulheres do campo e da cidade.
A programação do encontro prevê oficinas em cinco aldeias do território xakriabá, onde os temas debatidos estarão articulados com experiências práticas. Os temas abordados serão: luta pela igualdade e autonomia das mulheres, ervas medicinais e tradicionalidade indígena, sustentabilidade ambiental, econômica e Social e política indigenista e políticas públicas com enfoque nos grande projetos.
“Estamos chegando para juntar as forças, chegando para construir, chegando para prosseguir…”. Embalada por esta música cantada pelas indígenas em seus momentos de articulação, a COMIL afirma que seguirão lutando pela melhoria da qualidade de vida das mulheres e seus povos.