Nota Informativa da Direção Estadual do MST sobre o Julgamento do Massacre de Felisburgo


Publicado há 11 anos, 11 meses

Belo Horizonte, 11 de Janeiro de 2013

Aos Lutadores e Lutadoras do Povo,

O MST juntamente com o Comitê de Justiça para Felisburgo vem a público se manifestar diante do adiamento do julgamento de Adriano Chafik, mandante e executor do Massacre de Felisburgo.
Após 8 anos do massacre e de impunidade, viemos no último período nos preparando para enfim condenar tanto nas ruas com no tribunal esse assassino. Para isso, organizamos o Comitê de Justiça para Felisburgo que envolve hoje cerca de 80 organizações entre movimentos sociais, sindicais, pastorais sociais, organizações culturais, associações, juventude do campo e da cidade etc. 
Além de termos deflagrado um grande trabalho junto à base do MST que já se comprometeu em fazer uma forte pressão para que a justiça seja feita, entendendo que caso contrário, o latifúndio e o agronegócio estariam sendo vitoriosos e que sua vitória significa uma derrota para todos/as trabalhadores/ras, sendo uma carta branca para continuarem matando no campo brasileiro.
Ocorre que ao final do ano foi identificado um “furo no rito processual”, no momento de se transferir o júri para a capital do estado de Minas Gerais, transferência essa importantíssima, pois sendo julgado na comarca de Jequitinhonha, o assassino teria chances de ser inocentado devido ao seu poderio econômico e político na aquela região.
Para resolver essas pendências jurídicas, o júri teve que ser adiado, então não será mais no dia 17 de janeiro de 2013 como estava previsto. Apesar desse adiamento estamos convictos de que esse julgamento terá de ser realizado no máximo até abril desse ano. Para isso, o MST e o Comitê de Justiça para Felisburgo estão atentos com seus advogados e juristas. 
A partir do dia 15 de Janeiro de 2013, estamos deflagrando uma grande jornada de lutas no estado de Minas Gerais.
- Chega de violência no campo,
-Basta de despejos contra os trabalhadores e trabalhadoras e por Justiça para Felisburgo.
Para nós, não existe outra saída, ocuparemos latifúndios pelo interior do estado, estaremos nas rodovias, nos trilhos, a resposta dos trabalhadores e trabalhadoras é a LUTA!!!!
Não vamos nos desmobilizar, não arredaremos um passo da decisão de se fazer uma condenação popular a Adriano Chafik e seus pistoleiros. É mais do que lamentável o adiamento do julgamento, estaremos nos preparando com mais força para até o mês de abril realizarmos a Maior luta pela justiça no campo e pela Reforma Agrária que Minas Gerais já viveu.

Tombaram cinco Sem-terras, mas nós seguimos em frente!!!

Movimento dos Trabalhadores rurais Sem Terra (MST)
Comitê Justiça para Felisburgo

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