Mulheres de todos os povos: agricultoras familiares, geraizeiras, ribeirinhas, indígenas, quilombolas, caatingueiras, assentadas, atingidas por barragem, por mineração, por plantio do eucalipto, extrativistas, mulheres rurais e urbanas com olhares firmes e um só desejo no coração colocaram seus pés em Marcha pelas ruas de Nova Porteirinha e Janaúba, orgulhosas de saírem da invisibilidade que a ideologia dominante as impõe, mulheres que em Marcha foram às ruas rumo à construção de um mundo melhor, mais digno, justo e igualitário.
Mulheres, profetizas de seu tempo, que também têm nome, como Maria, Judite, Raquel, Ruth... Têm identidade, têm endereço, reivindicam direito à transformação da consciência política, direito à saúde da mulher, direito à dignidade, à segurança alimentar, à educação, à organização e à produção do trabalho, direito de serem tratadas pelos seus companheiros como iguais, de serem tratadas sem violência. Mulheres que, pela ação coletiva, desejam transformar as relações desiguais de gênero, que querem acesso a políticas públicas, que querem seu trabalho reconhecido quer seja no campo ou na cidade.
Sim... Éramos mais de 500 mulheres e seguimos firmes gritando frases que manifestam nosso desejo de sermos reconhecidas como somos: MULHERES! SEGUIREMOS EM MARCHA ATÉ QUE TODAS SEJAMOS LIVRES!