Está marcada para esta quarta-feira (02), em Montes Claros, Minas Gerais, a próxima reunião da Copam que vai tratar sobre o Projeto de Mineração em Riacho dos Machados e Porteirinha. O Projeto foi questionado na reunião que aconteceu no dia 25 de maio, em Porteirinha, entre representantes da sociedade civil, integrantes do Conselho de Política Ambiental do Estado de Minas Gerais (Copam), e representantes da empresa responsável pelos estudos sobre a exploração da Mineradora Carpathian.
O Projeto estava sujeito à aprovação na pauta do Copam, mas por conter dúvidas, os conselheiros Dr. Paulo César Lima, promotor da Bacia do São Francisco, Ézio Darioli, da Fiemg e Valquíria Dias, do Centro de Agricultura Alternativa do Norte de Minas (CAA/NM) pediram vistas ao Projeto. A reunião foi o momento para esclarecer dúvidas com os responsáveis pelo estudo, mas ficou claro que ainda não se tem um estudo aprofundado sobre os possíveis danos ao meio ambiente.
Entre as famílias agricultoras, lideranças comunitárias, representantes da Igreja, da Pastoral da Terra e representantes dos Sindicatos dos Trabalhadores Rurais de Porteirinha e de Riacho dos Machados, todos demonstraram preocupações em relação ao projeto, além de reclamarem de falta de informações.
O agricultor João Altino, denunciou o descaso afirmando que as firmas sempre usam do poder de capital e da fragilidade da situação do trabalhador para explorar. Segundo ele, todos os trabalhadores rurais sofrem com esses grandes projetos, seja mineração, eucalipto ou outros. “Quando eles chegam, a gente tem que sair. E agricultor não cresce cidade, incha favela”, afirmou.
Outra grande preocupação dos representantes da classe trabalhadora rural é quanto à seguridade social. Segundo o coordenador geral do STR de Porteirinha, Elton Mendes Barbosa, todos os agricultores são assegurados especiais da Previdência e recebem benefícios como aposentaria sem ter que pagarem o INSS; e com a ida das famílias para a cidade, os agricultores perdem todos os direitos ficando assim totalmente desamparados.
Depois da reunião, a Irmã Amônica Porcina de Barros, deu uma entrevista especial para o Programa A Voz do Trabalhador, do STR de Porteirinha, na rádio Educadora AM em que fez um apelo a todos os trabalhadores e trabalhadoras rurais. A Irmã Mônica, como também é conhecida, disse que esse projeto em nada se difere de todos os outros que trazem poluição, contaminação dos rios, lençol freático e até da população. “Eles vêm aqui, levam nossas riquezas e deixam para nós a pobreza e a danificação de um modo geral, do meio ambiente, do ser humano, dos recursos hídricos e tudo mais. Os discursos são diferentes, mas as práticas são semelhantes”, desabafou a Irmã.
Veja AQUI a entrevista com a Conselheira do Copam e representante do CAA-NM Valquíria Dias.