Nesta quinta-feira (10/out), começa o julgamento do fazendeiro Adriano Chafik Luedy, réu confesso e mandante do que ficou conhecido como Massacre de Felisburgo, quando cinco Sem Terra foram assassinados e outras 12 pessoas ficaram feridas no acampamento Terra Prometida, em Felisburgo (MG), em 2004.
Nas últimas três vezes, Chafik se utilizou de diversos subterfúgios para evitar sua condenação e adiar a apreciação do caso. Dessa vez, no entanto, juristas avaliam que são pequenas as chances de conseguir um novo adiamento do julgamento.
No último dia 21 de agosto deste ano, o juiz Glauco Eduardo Soares Fernandes decretou a prisão preventiva do fazendeiro, e decidiu pela atuação da Defensoria Pública caso seu advogado não tivesse mais condições de acompanhar o caso (alegação utilizada para adiar o julgamento).
Cerca de 500 militantes do MST chegam a Belo Horizonte para acompanhar o caso na próxima quarta-feira (9). O Movimento acredita que finalmente será possível ter um resultado em favor dos trabalhadores, uma vez que Chafik estará submetido ao júri popular.
Habeas Corpus Após o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) ter negado por três vezes o Habeas Corpus de Chafik, o ministro do Supremo Tribunal de Justiça (STJ), Marco Aurelio Bellizze, deferiu o pedido dez dias após a prisão, justificando ter “a convicção de que o poder judiciário possui mecanismos legítimos e menos radicais para evitar a utilização de manobras protelatórias pela defesa.”
Entretanto, as famílias que moram no acampamento Nova Alegria vivem sob ameaças e foram incluídas no Programa Nacional de Proteção de Defensores de Direitos Humanos. “Porém, aparentemente este fato não pesou na decisão do ministro, já que esse elemento sequer aparece em suas considerações sobre o caso”, disse Enio Bohnenberger, da direção estadual do MST.
Outros três réus também serão julgados, acusados de serem contratados como jagunços: Francisco de Assis Rodrigues, Milton Francisco de Souza e Washigton Agostinho da Silva.