“A água é uma grande riqueza. Agora posso cuidar de meu jardim”.  Com essa frase, a  agricultora de sorriso farto, Maria Aparecida Macedo Rodrigues, 46, conta sobre sua alegria em realizar gestos simples que antes eram mais difíceis. Regar as  flores do jardim e do pomar em volta da casa e tantas outras coisas só foram possíveis por meio das ações da Articulação do Semiárido (ASA), executado pela Cáritas e demais parceiros.

Moradora da zona rural da comunidade de Brejão em Miravânia (Norte de Minas), Dona Maria Aparecida foi beneficiada há aproximadamente dois anos com a cisterna do Programa Um Milhão de Cisternas (P1MC), que capta a água da chuva pelo telhado. Recentemente foi finalizada a construção de mais uma cisterna, a do tipo calçadão do Programa Uma Terra e Duas Águas (P1+2). Por meio dela, Dona Maria Aparecida rega seus jardim imensamente colorido e farto em espécies de flores

Ela conta que as dificuldades enfrentadas antes da cisterna eram muito grandes. “Antigamente eu tinha que ir ao rio que fica longe daqui para buscar água. Caminhava com meus três filhos para lá. Pernilongo picava os meninos lá no rio. Não era fácil. Além disso, muita gente aqui das redondezas tinha dor no estômago por causa da água que tomávamos que era bem calcária”, lamenta.


Agora, a agricultora pretende cultivar uma horta bem bonita ao redor da casa.  O gosto pela horta surgiu depois do  intercâmbio realizado pelo programa da Escola Família Agrícola  (AEFA),  em que  as famílias beneficiadas pelos Programas foram para a Bahia conhecer  as experiências dos agricultores e agricultoras. “Quero muito começar logo a plantar ”, vibra. Ela ainda mostra o pomar bem cuidado no quintal com acerola carregada no pé, goiaba branca e a romã.

Além do cuidado com o jardim,  Dona Aparecida ainda preserva o meio ambiente  não jogado o óleo saturado na pia da cozinha que automaticamente é lançado nos córregos. Ela o reaproveita para a fabricação de sabão em barra que utiliza em casa e ainda repassa para os vizinhos.
“Gosto muito do lugar onde moro. Gosto de cuidar de minhas plantinhas. Antigamente, minhas flores morriam por falta de água”, diz Dona Maria Aparecida que a cada palavra, tocava as pétalas das rosas do jardim.

 Artesanato 
Das mãos de dona Maria Aparecida nascem flores coloridas no jardim e pelas mãos de seu esposo, a arte de criar móveis com a madeira. 

Agricultor, pedreiro e agora artesão. Assim, Nilo Ferreira Rodrigues, 51, define-se. Pelas suas mãos ligeiras, Seu Nilo fabrica cadeiras, tamboretes, estantes, armários e mesas com a madeira do jatobá, da peroba e outras que ele geralmente compra.

A primeira peça que ele confeccionou foi há um ano e partiu da curiosidade em ir serrando os pedaços da madeira até conseguir fazer uma cadeira parecida com as de praia. E, de lá para cá, foram dezenas de peças vendidas para os amigos e familiares. Na casa, a poltrona da varanda, as cadeiras e a mesa da cozinha  que recebem os amigos foram feitas com carinho por ele.

Autodidata, ele explica que aprendeu por curiosidade. “Vi um artesão na Bahia há muitos anos fazendo isso. Guardei tudo na cabeça e agora faço do meu jeito”, comenta. Seu Nilo diz que  tem esperanças de um dia poder  levar seus produtos para uma feira e assim, as pessoas conhecerem seu trabalho.